Temos vindo, nos últimos anos, a assistir a condecorações de pessoas que, de facto, nada de relevante fizeram pelo país.

Lá porque o agraciado com a condecoração esteve  X anos aos serviço de uma entidade pública e agora é presidente de uma câmara municipal, não revela o tal requisito de ter prestado um serviço relevante ao país; outros porque estão à frente de uma associação patronal? Então onde está o serviço relevante? Outros porque são empresários ou professores universditários e publicaram alguns livros? Bom,uns e outros não fizeram mais do que a sua obrigação de desenvolverem a sua actividade, diga-se de passagem, no seu próprio interesse. E quanto aos professores universitários, é a mesma coisa, é sua obrigação fazerem investigação e publicarem livros, de contrário não seriam professores universitários. Cada vez mais verificamos que  algumas condecorações premeiam pessoas e situações algo banais.

Mas, também, nem todas os condecorados são pessoas banais, e refira-se, apenas como exemplo, entre outros, o Cap. Salgueiro Maia. Banalidade, ou melhor, injustiça é ser tão tarde e, injustiça dupla é ter-lhe sido recusada uma pensão, há cerca de 30 anos, por tal sinal, pela mesma pessoa que agora o condecorou. Será que o Cavaco engoliu um sapo, ou pretendeu corrigir um erro? Os erros corrigem-se em devido tempo.

Quando é que se condecoram aqueles que têm 3 e 4 filhos e vivem com o salários mínimo nacional? Quando é que se condecoram aqueles que têm de abandonar o seu país para sustentar a sua família? Quando é que se condecoram aqueles que trabalharam mais de 40 anos e têm uma reforma mínima?

Quando é que se condecoram só aqueles que merecem?

Neptuno